07/10/2013
Vitória e Vila Velha destacaram-se como duas das cidades com maior valorização imobiliária do Brasil.
Apesar disso, Estado não recebeu teto maior para uso do FGTSNos últimos 12 meses, Vitória e Vila Velha destacaram-se como duas das cidades com maior valorização imobiliária do Brasil. O Índice FipeZap aponta uma expansão de 15,2% em Vitória, o que deixa a capital capixaba atrás apenas de Curitiba (32,3%) no levantamento nacional. A mesma pesquisa revela uma variação de 11,9% em Vila Velha, um pouco abaixo da média nacional para o mesmo período, 12,7%.
Somente no mês passado, o FipeZap – que acompanha o preço médio do metro quadrado de apartamentos prontos em 16 municípios do país com base em anúncios da internet – verificou uma variação de 1,5% na Capital e de 1,1% em Vila Velha. Hoje, o preço médio do metro quadrado anunciado em Vitória está em R$ 4.329, e em Vila Velha, R$ 3.739.
Toda essa valorização registrada nos últimos anos espreme a quantidade de pessoas que podem ser financiadas dentro das regras do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O SFH oferece juros mais em conta do que o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que utiliza recursos da caderneta de poupança.
Recurso limitado
Na segunda-feira, o Conselho Monetário Nacional (CMN) anunciou a elevação de R$ 500 mil para R$ 750 mil (no Estado foi para R$ 650 mil) do valor do imóvel que pode ser adquirido com recursos do FGTS. Com esse valor, em Vitória, diante de um metro quadrado médio de R$ 4.329, só é possível comprar um imóvel de até 150 metros quadrados.
Em bairros mais valorizados, casos de Praia do Canto, Praia da Costa e Mata da Praia, o alcance é ainda mais restrito. O último Censo Imobiliário do Sindicato da Indústria da Construção Civil, de junho, aponta preço médio de R$ 6,1 mil para unidades de dois quartos na Praia do Canto. Neste caso, para que o imóvel fosse financiado com recursos do FGTS, ele não poderia passar dos 106 metros quadrados.
“É um ajuste bem-vindo, mas vem atrasado, não chega ao ponto ideal”, reclama o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Estado, Juarez Soares. “Mesmo com a atualização, temos vários imóveis de médio padrão, principalmente em Vila Velha e Vitória, que estão acima deste limite. Foram vários os anos de valorização sem que esse teto fosse ajustado”.
Aristóteles Passos Costa Neto, presidente do Sinduscon, defende um limite de curto alcance. “O FGTS tem por objetivo atender as camadas mais populares; os recursos da poupança estão aí justamente para atender à parte mais abastada”.
O dirigente, entretanto, defendeu uma atualização mais frequente do teto do FGTS. “Desde 2009 vínhamos nesta briga pela atualização. Não pode deixar defasar tanto, é preciso fazer ajustes de tempos em tempos”. Com mais gente podendo acessar juros mais baratos, Aristóteles crê numa pequena melhora num mercado que anda sofrendo com a paradeira.
2013: Caixa já emprestou R$ 1,9 bilhão no Estado
Até o último dia de setembro, a Caixa concedeu R$ 1,9 bilhão em crédito imobiliário no Espírito Santo. Um avanço de 31,7% com relação ao mesmo período do ano passado. Até o final de 2013, a expectativa é de que a instituição atinja a cifra de R$ 3 bilhões, expansão de 11,9% sobre os R$ 2,68 bilhões de 2012.
No Brasil, foram R$ 100,1 bilhões até setembro, alta de 35,4% sobre mesmo período de 2012, quando foram cerca de R$ 74 bilhões. A expectativa da Caixa é que, até o final de 2013, sejam atingidos mais de R$ 130 bilhões em financiamentos imobiliários.
“Houve um avanço muito forte da faixa um (a de mais baixa renda) do Minha Casa, Minha Vida. Só até o final deste ano, essa faixa deve receber um aporte de mais R$ 580 milhões”, assinalou o superintendente da Caixa no Estado, Antonio Carlos Ferreira.
Ele acredita que essa elevação do teto do FGTS para R$ 650 mil deve ajudar o banco a bater sua meta de R$ 3 bilhões no Estado. “Mais gente vai se enquadrar numa modalidade que é mais atrativa, com juros mais em conta. Sem dúvida vai impulsionar a contratação de crédito imobiliário”.
Fonte: A Gazeta